Uma vez judeu sempre judeu?

Por Equipe Gueulá Israel

Uma das perguntas mais importantes na cultura judaica é “Quem é judeu?”

E como em qualquer assunto dentre judeus, “onde há dez judeus (um minyan), há onze opiniões diferentes”.

Ao contrário do que rabinos anti-missionários dizem, o judaísmo nunca foi um grupo monolítico em vários assuntos.

Desde os tempos mais remotos, judeus discordavam sobre como o judaísmo deveria ser vivido. Nos tempos do 2º Beit HaMikdash, havia grupos diferentes de judeus que criam em expressões diferentes do judaísmo, a saber, fariseus (perushim), saduceus (tsadokim), essênios e zelotes.

Desde as diferenças culturais e halakhicas que se estabeleceram entre comunidades ashkenazim e sefaradim; diferenças doutrinárias entre chassidim e mitgnadim, e, em época mais recente, diferenças entre ortodoxos, conservadores (massorti) e haskalim (liberais e reformistas).

Isto chega ao ponto de que ortodoxos não reconhecem rabinos liberais e conservadores como rabinos, nem as conversões realizadas por eles e nem reconhecem como expressões legítimas do judaísmo.

Entretanto, apesar disso, até os rabinos mais ultraortodoxos concordam que um judeu será sempre um judeu mesmo se migrar para outro ramo do judaísmo, negar a inspiração divina e infalibilidade da Torá, e até se tornar ateu!

Além disso, existem os “Jew-Bu” (“judeu budista”) que não apenas se denominam judeus, mas não têm sua identidade judaica questionada de forma explícita (Ver aqui).

Então, geralmente, se você for nascido de mãe judia e crer que a Torá é apenas o registro histórico do povo judeu, não sendo a Palavra infalível de D’us, você continua sendo judeu.

Se você for um judeu comunista que crê que a religião é “o ópio do povo” e que D’us não existe, mesmo assim você continua sendo judeu. E, para alguns, mesmo se você seguir os ensinos budistas, se você nasceu judeu, será sempre judeu.

Até se você for considerado um suicida ou viver uma vida de caráter questionado pelos rabinos (como no caso das judias polacas que imigraram para a América do Sul, por exemplo, sepultadas em cemitérios como o de Inhaúma, no Rio de Janeiro), você pode até ter que passar pela humilhação de não ter um sepultamento da mesma forma que os demais judeus, mas sua identidade judaica não será questionada.

Ou seja, se você nasceu judeu, você pode crer no que quiser, que “uma vez judeu, sempre judeu”.

Porém, rabinos anti-missionários irão dizer que se você nasceu judeu, mas crê que Yeshua (Jesus) é o Mashiach prometido no Tanakh, você se tornou um goy! Isso faz sentido?!

A origem do ditado “Uma vez judeu, sempre judeu”

Apesar desta frase ser muito famosa no meio de nosso povo, poucas pessoas sabem qual a sua origem.

"Uma vez judeu, sempre judeu", na verdade se originou em relação à fé em Yeshua.

O Rabino Israel Zolly, rabino-chefe de Roma durante a Shoá, contou como ele crer em Yeshua em como o Mashiach no Yom Kippur em 1944, quando Yeshua lhe apareceu em uma visão. Quando perguntado: "por que você deixou a sinagoga para ir para a igreja?" ele respondeu: “Eu não saí ... A fé em Yeshua é o cumprimento da sinagoga. A sinagoga é a promessa e o cristianismo é o cumprimento da promessa. Uma vez judeu, sempre judeu. ”

Por esta razão, a Brit HaChadashá (Novo Testamento) mostra que os primeiros crentes em Yeshua como o Mashiach eram judeus, continuaram sendo e se vendo assim até o final de suas vidas. Eis alguns trechos da Brit HaChadashá que confirmam isto:

"Ouvindo isso, eles louvaram a D'us e disseram a Paulo: "Veja, irmão, quantos milhares de judeus creram, e todos eles são zelosos da Torá. " (Atos 21:20)

"Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade. Fui instruído rigorosamente por Gamaliel na Torá de nossos antepassados, sendo tão zeloso por D'us quanto qualquer de vocês hoje." (Atos 22:3)

"Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado do Mashiach por amor de meus irmãos, os de minha raça, o povo de Israel. Deles é a adoção de filhos; deles é a glória divina, as alianças, a outorga da Torá, a adoração no Templo e as promessas. Deles são os patriarcas, e a partir deles se traça a linhagem humana do Mashiach, que é D'us acima de tudo, bendito para sempre! Amém." (Romanos 9:3-5)

"Pergunto, pois: Acaso D'us rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Avraham, da tribo de Benjamim. D'us não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu..." (Romanos 11:1-2)

"São eles hebreus? Eu também. São israelitas? Eu também. São descendentes de Avraham? Eu também." (2 Coríntios 11:22)

"...eu ainda mais: circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à Torá, fariseu..." (Filipenses 3:5)

Até os Sábios confirmavam isso...

Como escrito por Ruth Rosen, em um artigo publicado também aqui no site:

"Mesmo que um judeu passe pelos ritos de admissão a outra fé religiosa e renuncie formalmente à religião judaica, ele permanece - no que diz respeito à halakhá - um judeu, embora um pecador (Tratado Sanhedrin 44a). De acordo com Nachmanides, essa atitude deriva do fato de que a aliança entre D'us e Israel foi feita “com aquele que hoje está conosco perante o Senhor nosso D'us, e também com aquele que hoje não está conosco aqui.” (Nachmanides em Devarim 29:14)

Então, por que ‘uma vez judeu, sempre judeu”?

Por mais que rabinos modernos tentem privar judeus crentes em Yeshua de sua identidade judaica, neste ponto, judeus crentes em Yeshua concordam com os Sábios ao invés dos rabinos modernos.

E isso por que?

Cremos que a identidade judaica, de fato, não depende do que um judeu crê ou de seu grau de observância da Torá ou da Tradição Rabínica. Até porque, como exposto em outro texto, nenhum de nós guarda perfeitamente as mitsvot da Torá.

Assim sendo, se a identidade judaica dependesse de uma compreensão perfeita da Torá ou da observância, ninguém estaria à altura.

Cremos que ser judeu é um chamado de D’us. E tal chamado NÃO é baseado na nossa justiça como povo, mas sim na integridade, na santidade e imutabilidade dAquele que chama, o Eterno de Israel, Baruch Hu (Bendito seja Ele!).

Por esta razão, diz o Tanakh: “Não é pela vossa justiça, mas..”

Assim, todos os judeus, assim o são porque foram chamados por D’us e o continuarão enquanto Ele permanecer o mesmo. Ou seja, ser judeu é um chamado eterno e irrevogável.

Conclusão

Portanto, se você é judeu, e teme perder sua identidade judaica se vier a crer que Yeshua é o Mashiach judeu, não se preocupe. Yeshua nasceu, morreu (e ressuscitou) como judeu. Enviou shlichim (emissários) judeus que nasceram, viveram e morreram como judeus.

Aqueles que ameaçam sua identidade judaica são os rabinos modernos, pois defendem que um judeu pode perder sua identidade se não se submeter à autoridade deles.

VERIFIQUE TUDO ISSO POR VOCÊ MESMO!!!