
Nossas convicções
No que cremos
Shemá Israel, ADONAI Eloheinu, ADONAI Echad!
Ouve, Israel, ADONAI nosso D’us, ADONAI é UM!
Cremos com plena fé, razão e coração que só há UM D’us. Ele é o Criador de todas as coisas, a causa primária de tudo o que existe; o Único Eterno, sem início ou fim, sendo Ele o princípio e o fim de todas as coisas criadas nos céus e na terra. Sendo Ele onisciente, onipresente, onipotente, e soberano sobre todas as coisas e pessoas.
Ele é bom, justo e perfeito, sendo a personificação e fonte de todas estas virtudes. Por esta razão, é o Dan HaEmet (o juiz da verdade) que, devido ao seu caráter santo e justo, julgarás todas as coisas e seres nos céus e na terra, segundo seu bom, reto, justo e perfeito juízo.
Ele é infinito e, por esta razão, não pode ser compreendido completamente pela razão humana, nem ser apreendido por qualquer sentido humano na plenitude do Seu Ser. É invisível e imaterial, transcendendo a tudo que foi criado por Ele.
Ele é Santo, separado de sua criação, pois nada há nesta que se assemelhe a Ele em Seus atributos eternos.
Ainda assim, Ele não permanece longe de Sua criação e interage com ela, Se revelando através das coisas criadas e de Sua ação direta, como lhe apraz e em consonância com Seu caráter.
Ele se revelou primeiramente aos nossos pais como o D’us de Avraham, Yitzhak e Ya’akov (Abraão, Isaque e Jacó) e se revela principalmente nas Escrituras Sagradas inspiradas por Ele mesmo, a saber o Tanakh e a Brit HaChadashá (Novo Testamento).
Sua unidade única consiste em Pai, Filho e Espírito Santo, cada um eternamente e totalmente D’us.
Como D’us é um ser infinito, não pode ser apreendido completamente pela mente humana. Mas, O adoramos como Ele se revelou no Tanakh e na Brit HaChadashá: UM SÓ D’us em três Pessoas em um só D’us, sem confundir as Pessoas nem separar a substância.
Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo. Mas UMA SÓ é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória e coeterna a majestade. Assim, as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.
Contudo, NÃO são três eternos, mas UM SÓ eterno.
Assim o Pai é D’us, o Filho é D’us, o Espírito Santo é D’us. Contudo, NÃO SÃO TRÊS DEUSES, mas UM SÓ D’US.
Mashiach
Cremos que, segundo o Tanakh, nossos pais, Adam e Chavá (Adão e Eva) pecaram ao desobedecer à ordem de D’us e, por causa desse ato, todos os homens pecam, pois todos os seres humanos são cossubtanciais na sua humanidade.
O pecado é punido pela separação de D’us e, assim, esta penalidade recai sobre cada membro da raça humana.
Cremos também que todo o sofrimento humano, o que inclui o sofrimento de nosso povo judeu, advém disto.
Porém, D’us, por Sua infinita graça e misericórdia, prometeu a nossos pais que nos resgataria desta maldição e nos traria a Gueulá (Redenção) individual e nacional através de Seu Ungido (Mashiach) para tal missão.
Segundo revelado no Tanakh, cremos que ele viria para tratar primeiro com as consequências do pecado, trazendo kappará (expiação), perdão e transformação, assim começando a implementação do Reino de D’us em cada um de nós individualmente.
Tal implementação começaria entre os de nosso povo judeu, continuaria entre indivíduos de todas as nações do mundo, e culminará no retorno físico do Mashiach, quando exterminará o mal da criação como consequência de seu juízo sobre vivos e mortos.
Assim, quando o Seu Reino for completamente implementado na terra, não haverá mais pecado, nem morte, nem dor. Isto, pois, pela obra do Mashiach, todos amarão a D’us de todo o coração, força e entendimento e viverão eternamente em adoração a Ele.
Conforme o Tanakh, o Mashiach seria “D’us conosco” e “ADONAI-Nossa Justiça”, sendo D’us em forma humana.
Assim como D’us, apesar de onipresente em Sua plenitude, habitou no Beit HaMishkan (Tabernáculo) e no Beit HaMikdash (Templo), Ele se faria carne e habitaria dentre nós na pessoa do Mashiach.
Assim o Mashiach é D’us, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade e é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua mãe.
Mesmo sendo plenamente humano, sendo diferente de nós apenas em não ter pecado algum, o Mashiach continuou sendo plenamente D’us, sendo gerado e não criado, consubstancial ao Pai. Assim, sendo D’us de Deus, luz da luz, D’us verdadeiro de D’us verdadeiro e encarnado pelo poder do Espírito Santo de D’us.
Cremos que o Mashiach Yeshua veio, conforme predito pelo Tanakh, para instaurar o Reino de D’us na Terra.
Porém, conforme o Tanakh, cremos que isso não é uma obra instantânea no tempo, mas sim gradual no tempo, apesar de consumada desde a eternidade.
Cremos que, conforme o Tanakh, ele começou tal obra através de sua vinda ao mundo, de seus ensinamentos, de sua morte e ressurreição. Esta parte inicial é que se entende na tradição rabínica, como o papel do Mashiach Sofredor (Ben Yossef), que foi prefigurada pelo patriarca Yossef e anunciada pelos profetas do Tanakh.
Também, em cumprimento das profecias do Tanakh, cremos que ele continua a implementação do Reino através daqueles que creem nele, sejam judeus ou goyim, através do cumprimento da mitsvá que deixou para estes de levarem sua mensagem a todas as nações da terra, a qual é acompanhada pela ação de D’us na transformação da vida dos que recebem seu ensino mediante a fé. Assim, através do que o Mashiach faz através de seus talmidim (discípulos), cada vez mais o Mashiach cumpre o papel se ser luz para os goyim (nações).
Cremos que, também segundo o Tanakh, no tempo determinado por D’us, o qual nenhum ser humano conhece, o Mashiach voltará para consumar a implementação de seu reino, vindo novamente de forma física, nas nuvens do céu, para consumar a implementação do Reino de D’us e para julgar vivos e mortos.
Escrituras Sagradas
Cremos que a Bíblia, que consiste no Tanakh (Bíblia Hebraica ou Antigo Testamento) e na Brit HaChadashá (Novo Testamento), é a única autoridade do crente em Yeshua todas as questões de fé e prática. Cremos que as Escrituras Sagradas são inspiradas por D’us, é inerrante e infalível nos seus manuscritos originais.
Pecado e Salvação
Cremos que todos os seres humanos, judeus ou goyim, por natureza, pensamentos, motivações e ações são transgressores das mitsvot da Torá e, portanto, merecedores da ira justa e santa do Dan HaEmet, o D’us de Israel.
Cremos, segundo a Torá, que só é possível haver kappará (expiação ou satisfação) da justiça divina contra o pecado através do korban (sacrifício) do Mashiach Yeshua, conforme profetizado no Tanakh e prefigurado nos korbanot prescritos no Chumash (Pentateuco) que eram realizados no Beit HaMikdash (Templo).
Este korban é plenamente suficiente para prover perdão dos pecados de todos aqueles que crêem no Mashiach Yeshua.
Cremos que, este perdão não pode ser merecido por nenhum ser humano. Cremos que todos os seres humanos, por serem transgressores da Torá, apenas merecem a ira e as maldições divinas previstas na Torá. Portanto, nenhuma boa obra, intenção ou virtude pode apagar a dívida do ser humano para com a justiça divina, nem anulá-la ou fazê-lo merecer seu perdão.
Mas, o korban expiatório do Mashiach Yeshua foi provido por D’us, em Seu infinito amor misericórdia e graça (favor imerecido).
Cremos que só é possível receber a graça do perdão dos pecados oriundo do korban do Mashiach através da fé no D’us Único de Israel e em Seu Mashiach Yeshua, sem qualquer mérito daquele que o recebe ou confiança em qualquer mérito próprio.
Cremos que a graça salvadora de D’us, a qual é recebida tão-somente pela fé em Yeshua, NÃO implica APENAS em um assentimento ou convencimento intelectual, mas sim também numa inevitável transformação da mente, do coração e do comportamento humano. Ou seja, não apenas numa mudança de visão de mundo, mas também uma transformação dos desejos e intenções que fazem com que a pessoa passe a odiar o pecado e amar fazer a vontade de D’us.
Cremos que tal transformação se inicia no receber da graça, mas que esta graça continua operando na vida do indivíduo para cada vez conformá-lo à vontade de D’us, expressa no caráter de Yeshua, o Mashiach.
Cremos que o ser humano, devido ao pecado, não tem a capacidade de desejar e buscar a D’us por si mesmo. A graça que o atrai a D’us é aplicada sobre ele pelo Espírito Santo de D’us e não por qualquer ação humana que lhe seja interna ou externa.
Cremos que, conforme ensinado por Yeshua, o Mashiach, nem todos os que professam verbalmente a fé em Yeshua receberam de fato a graça de D’us e fazem parte da Nova Aliança. Entretanto, os que recebem obra que o Mashiach fez na cruz, pela graça de D’us, mediante a fé, inevitavelmente exibirão fruto genuíno e progressivo (ainda que imperfeito na vida terrena) de verdadeira teshuvá (arrependimento) e obediência à Palavra de D’us.
O Povo de D’us
O Povo de Israel é o povo escolhido de D’us, a quem Ele ama com amor eterno. D’us continua a cumprir todas as promessas feitas aos patriarcas. Cremos que, pela fé em Yeshua, o Mashiach, judeus e goyim, ambos compartilham, sem perda da identidade nacional, as promessas espirituais que D’us fez a Israel.
Cremos que crentes judeus e goyim em Yeshua, assim como eram, por natureza, igualmente transgressores da Torá e igualmente merecedores da justiça divina, na Nova Aliança são iguais perante D’us e desfrutam das mesmas bênçãos e promessas de D’us.
Identidade Judaica
Cremos que, conforme o Tanakh, a identidade judaica NÃO está condicionada à crença de qualquer judeu, ou à sua observância seja às mitsvot rabínicas ou do Tanakh. Isto, pois, cremos que ser judeu é uma vocação que depende quem chama, o D’us de Israel, que é imutável e NÃO vinda de autoridade humana que é falível.
Assim sendo, cremos como o famoso provérbio diz: “Uma vez judeu, sempre judeu” e nenhum ser humano (nem ele mesmo) é capaz de desfazer este vínculo.
Cremos que todos os seres humanos, judeus ou goyim, apesar de terem identidades nacionais distintas, são igualmente transgressores da Torá e merecedores da justiça divina. E, também, são igualmente dependentes da graça de D’us, podendo receber o perdão dos pecados igualmente mediante a fé no Mashiach judeu, Yeshua.
Assim sendo, NÃO cremos que a identidade judaica dê qualquer garantia de perdão dos pecados ou de acesso diferenciado a D’us. Tal acesso somente é possível através do Mashiach Yeshua igualmente a judeus e goyim.
Tradição Rabínica
Cremos que, apesar da Tradição Rabínica, como pode ser depreendida pelo ensino dos Sábios judeus ao longo dos séculos (e registrada em escritos como a Mishná, Guemará, Targumim e Midrashim, dentre outros) teve um papel histórico e cultural importante na preservação da identidade de nosso povo judeu.
Mas, apesar de ter ensinos e tradições valiosas e virtuosas, NÃO é infalível, nem inerrante como o Tanakh, sendo apenas interpretações humanas falíveis do texto bíblico e da herança judaica.
Portanto, NÃO cremos ser verdadeiros seus ensinos quando contraditos pelos ensinos do Tanakh. E, por esta razão, NÃO tem a mesma autoridade do Tanakh e da Brit HaChadashá, NÃO sendo normativa para a vida do crente em Yeshua, quer judeus ou goyim.
Entretanto, no que NÃO contradisser o Tanakh ou a Brit HaChadashá, cremos que o crente judeu poderá observar alguns de seus preceitos, como expressão de sua identidade nacional judaica.
Além disso, cremos que o estudo da Tradição Rabínica também pode ser útil para melhor compreensão de elementos do contexto cultural em que foram escritos certos trechos do Tanakh e da Brit HaChadashá.
Também cremos que o estudo da Tradição Rabínica, como registrada nos Escritos dos Sábios, também é útil para que fique sempre evidente que, ao contrário do que rabinos anti-missionários acusam, muitas interpretações e usos do Tanakh feitos pelos autores da Brit HaChadashá são JUDAICOS DE FATO, tendo precedentes no pensamento rabínico e NÃO distorções do texto sagrado do Tanakh ou fruto de qualquer sincretismo com idéias “pagãs-missionárias”.
Sobre o Uso de Vocabulário Judaico
No site e vídeos Gueulá Israel, damos preferência por utilizar vocabulário judaico com o objetivo de expressar a judaicidade da fé em Yeshua e dos ensinos da Brit HaChadashá e situá-los no seu devido contexto cultural, que foi tão distorcido pelas tradições judaica e cristã ao longo dos últimos 2000 anos.
Porém, NÃO cremos que este uso seja obrigatório e NÃO vemos nada de errado no uso de termos já conhecidos em contextos culturais, teológicos e históricos não judaicos (Por exemplo, “Jesus”, “Novo Testamento”, “Apóstolo”, etc.).
O uso destes termos judaicos apenas situam melhor as pessoas referidas e seus conceitos em seus devidos contextos. Além disso, seu uso pode ser necessário, pois, além de vários crentes não judeus não conhecerem tais termos, NEM TODOS os judeus são versados o suficiente na tradição rabínica, em Hebraico e, muito menos no Tanakh, para compreender todos estes termos sempre que mencionados.
Por esta razão, também costumamos esclarecer o significado de alguns termos teológicos, escriturísticos e culturais judaicos em termos não judaicos NÂO APENAS para fins de esclarecimento, mas também porque NÂO se tem qualquer intenção de mascarar o que ensinamos ou enganar quaisquer pessoas, sejam judeus ou goyim.
Deste modo, em traduções, damos preferência a termos hebraicos quando originalmente falados desta forma, seja por falantes nativos do Hebraico ou não e a termos não judaicos quando estes são usados em qualquer outra língua.
Portanto, diante do exposto, cremos que o que realmente importa NÃO é a língua que se fala ou a forma que se pronuncia. Mas, sim, da veracidade de QUEM e do QUE estamos falando.